sexta-feira, 4 de maio de 2012

Aula 2 - Tarefa

1 - Pesquisar neste blog, livros, sites a história do município.

2 - Identificar datas e acontecimentos importantes para construção da história do município.

3 - Construir linha do tempo, com base na história do município.

4 - Encontre imagens, fotografias antigas e atuais do município.

5 - Construa um blog para divulgar a linha do tempo do município.

Aula 1 - Conhecendo o Município


Estado: Minas Gerais
Região: Sul de Minas
Padroeiro: São Sebastião
Festa do Padroeiro: 20 de Janeiro
Aniversário da Cidade:  01 de Março
População Senso 2010: 4.948
Área da Unidade Territorial (km²): 167,157

Localização




História
O local onde hoje se encontra a cidade de São Sebastião da Bela Vista já era povoado durante a Pré-História regional, há mais ou menos cinco mil anos atrás.
Naquela época, pequenos bandos de homens pré-históricos erravam pela região, caçando pequenos animais, pescando e coletando frutos e raízes de que se alimentavam, pois ainda não conheciam a agricultura. Existem vários vestígios de sua presença e sua cultura nos sítios arqueológicos Brejinho e São Miguel, com suas lindas pontas de flechas lascadas em pedra.
Habitaram também, durante algum tempo, os abrigos sob rocha (espécie de caverna com pouca profundidade) da fazenda Estância Filadélfio, onde retiravam pedras para confeccionar seus utensílios, numa espécie de oficina lítica.
Bem mais tarde, em torno de dois mil anos atrás, grupos maiores, que já conheciam a agricultura, disseminaram-se por toda a região. É comum encontrarmos machados de pedra (itaiçá), utilizados no cultivo de milho e mandioca, e mós de pedra, que serviam para quebrar e moer alimentos mais duros.
Infelizmente, nossa Pré-História é ainda pouco pesquisada, reduzindo-se ao que foi descrito acima.
Os mais antigos documentos sobre Bela Vista, então pequeno povoado conhecido pelo nome de Serra Mata Cachorro, constam do Livro Terceiro de Óbitos de Campanha e são datados de 1790. São eles:
“Aos doze de novembro de mil setecentos e noventa foi encomendada e sepultada no adro da Capela de São Gonçalo, filial desta Matriz da Campanha, Tomásia, filha de Joana Barbosa, moradora no Mata Cachorro, de que mandei fazer este assento e me assino. O Vigário Antônio de Souza Monteiro Galvão”.
“Aos dezenove de novembro de mil setecentos e noventa foi encomendado e sepultado no adro da Capela de São Gonçalo, filial desta Matriz da Campanha, Joana Delgada, sem sacramentos por ser demente e repentinamente este assento se obrigou a pagar seu filho Antonio Rodrigues, morador na Mata Cachorro, de que mandei fazer este assento e me assinei. o Vigário Antônio de Souza Monteiro Galvão.
Estes documentos atestam que já existia uma povoação incipiente, com moradores esparsos em várias fazendas pelo distrito ainda pertencente à Vila da Campanha da Princesa, mas que possuía nem capela, nem cemitério. A localidade toma o nome da Serra Mata Cachorro, um prolongamento da Mantiqueira que atualmente recebe várias denominações, como Serra de Santa Rita, do Paredão e do Patuá. Fontes orais relatam que a denominação “Mata Cachorro”vem de caçadas com cães, que entravam em tocas na serra, e dali não conseguiram sair.
Em 5 de novembro de 1808 foi nomeado para Capitão do Distrito de Mata Cachorro o fazendeiro José Joaquim Leite Ferreira, que havia sido um dos primeiros povoadores de Volta Grande (Careaçú). José Joaquim nasceu em Campanha, em 1764, filho do Capitão Manuel Leite Ferreira e de Antônia do Espírito Santo Gouvêa. Casado com Escolástica Bernardino de Mello, foram os pais do Padre Senador José Bento Leite Ferreira de Mello, grande influência política no sul de Minas, especialmente em Pouso Alegre, durante o Império.
Nessa época, o povoado já contava com uma pequena capela, fazendo com que os moradores denominassem o local de “Capelinha”, em oposição à Mata Cachorro, apelido muitas vezes utilizado como zombaria. Tomou também o nome de Capelinha o ribeirão que hoje conhecemos como Ribeirão Bela Vista.
Com o passar dos anos, a primitiva cape linha ficou pequena demais para as necessidades do povoado, que crescia lentamente com o trabalho agrícola de seus habitantes. Conta-nos a tradição que, por volta de 1869, as famílias Barroso, Silvério, Batista, Veloso e Cunha planejaram a construção de uma nova capela, dedicada a São Sebastião, cujo patrimônio seria constituído por terras desmenbradas da antiga Fazenda Mata Cachorro.
O único documento encontrado à esse respeito, datado de 03 de fevereiro de 1907 e passado pelo escrivão do Primeiro Ofício da Cidade e Termos de São Gonçalo do Sapucaí, certifica que “revendo o meu Cartório os autos de divisão física das terras da fazenda da Mata Cachorro, seguida por José Joaquim Barros Júnior e sua mulher d’eles à folha dezessete verso consta do pagamento do teor seguinte:
Pagamento feito ao mártir São Sebastião, da quantia de trinta mil réis. Dão para este pagamento as terras compreendidas … “.
Segundo o Almanak Sul Mineiro de 1874-1884, São Sebastião da Bela Vista possuía uma capela e cerca de quarenta casas, sendo elevada a distrito de paz da freguesia de Alegre pela Lei N” 2084 de 24 de Dezembro de 1874.
A pesquisa histórica nos livros da Igreja indica as primeiras famílias que se instalaram em Bela Vista: Barroso (ou Barros), Magalhães, Palma, Villas Boas, Ribeiro do Vale, Cunha, Capistrano, Alkmin,Dias, Vilella, Souza, Paiva, Theodoro, Franco Ribeiro, Silvério, Garcia, Cruz, Cleto Duarte, Junho e os italianos Nadalini, Riciati, Ballestra e de Luna. Houve uma grande fusão de famílias, especialmente os Capistrano, Ribeiro, Palma, Magalhães e Alkmin.
As pessoas mais citadas neste livro são: Joaquim Pinto Barroso, Joaquim Inácio Barroso, José de Palma Magalhães, Francisco Avelino de Magalhães, Capitão Mor Antônio Caetano Ribeiro de Magalhães, Coronel Francisco Vilella da Palma, Coronel Erasmo Cabral e José Cleto Duarte.
Entre as mulheres, são citadas Francisca Palma de Magalhães, Maria Avelina de Magalhães Alkmin e Carmella de Luna.
As mais antigas famílias produtoras eram. Fazendas da Luz e Anil, da família Capistrano; Fazenda do Areião, da família Cleto Duarte; Fazenda do Paredão, de Erasrno Cabral; Fazenda do Lageado, de Crescêncio Ribeiro; Fazenda Bom Retiro, de Antônio Moreira da Costa e Fazendinha, da família Junho. De propriedade da família Junho foi a primeira fábrica de laticínios de Bela Vista.
“Em 29 de setembro de 1907 o Bispo de Pouso Alegre, Dom Nery, erige a Capela de São Sebastião em Capela Curada, podendo ter sacrário, pia batismal, cemitério, campanário, sino e todos os mais privilégios honras e insígnias de uma Capela Curada’, embora, na ausência do cura, esteja subordinada à Paróquia de Santa Rita do Sapucaí.
Como curiosidade histórica, sabemos que a primitiva Capela de São Sebastião ficava situada em frente à atual Prefeitura.
Nela ocorreu o primeiro batizado, de João, filho de Julião Claudino Vilella e Dionizia Claudina Vilella, tendo por padrinhos Gabriel Jacinto de Oliveira e Francisca Gertrudes da Conceição, realizado pelo Vigário de Santa Rita do Sapucaí, Padre Carlos Cerque ira, em 24 de setembro de 1893.
O primeiro casamento religioso é registrado apenas em 17 de setembro de 1911, unindo Herculano dos Santos Ribeiro e Dermina Garcia de Oliveira, tendo por testemunhas João Ribeiro de Souza Magalhães e José Joaquim Barroso.
O livro de Óbitos do Cartório de paz data de 1897, e a maior porcentagem de mortes é de crianças. As causas de morte geralmente são febres, bichas, sarampo, parto e picada de cobra, todos sem assistência médica. Os livros de Óbito da Igreja, que são posteriores a 1912, nos mostram que vários moradores faleceram com mais de 100 anos de idade. sendo que um deles, Anardino Reginaldo Cunha, consta como tendo falecido com a idade de 120 anos!
Em Bela Vista, ao contrário de outras cidades mineiras, a organização da sociedade civil ocorreu antes da organização religiosa. Os documentos cartoriais são anteriores aos livros da Igreja e só em 1910 ocorre o primeiro relatório de Visitador Diocesano, descrevendo o péssimo estado da Capela, que necessita de reformas urgentes.
(Em 1914 é vendida a antiga Casa Paroquial doada pelo já então falecido Coronel Francisco Palma, e construída uma nova).
A primeira festa de São Sebastião ocorre em 1918, sendo festeiros o Coronel João Ribeiro Pereira da Magalhães e D. Carmella de Luna Duarte. Nomeiam-se os festeiros do ano seguinte, Sr. José Joaquim Pio e a esposa do Sr. Joaquim Francisco da Silva.
Somente após demoradas negociações levadas a afeito junto ao Bispo de Pouso Alegre, Dom Octávio Chagas de Miranda, por uma comissão que reunia os poderosos da terra, representando a ardente religiosidade da população, é criada a Paróquia de São Sebastião da Bela Vista, em 11 de maio de 1921. Foi nomeado Pároco o até então Capelão da Capela Curada de São Sebastião, Padre José Antônio Dias.
Em 1924 inaugurou-se o altar mor e se abençoou a nova imagem de São Sebastião, obra do escultor Agostinho Odísio. A nova matriz só é entronizada festivamente pelo Bispo D. Octávio em 8 de setembro de 1941, sofrendo reformas gerais em 1979. Uma nova casa Paroquial é construída em 1982.
Bela Vista abriu sua primeira escola em 16 de fevereiro de 1914, com 51 alunos divididos em duas classes, regidas pelas Professoras D. Carmella de Luna e D. Maria Teodoro, sob a supervisão do Padre Domingos José Fontes, professor do IME – Instituto Moderno de Educação de Santa Rita do Sapucaí, e tendo como inspetor escolar o Cel. Erasmo Cabral. Funcionava num casarão antigo, onde hoje se localiza o Parque Infantil.
Durante muitos anos funcionaram apenas estas classes que, ampliadas e reorganizadas, tomaram o nome de “Escolas Reunidas Clélia Sodré Capistrano”, em 1953. Pelo Decreto Lei 4.949 de 27 de Janeiro de 1956, foram elevadas a “Grupo Escolar Cel. Gabriel Capistrano”, elevado a Escola Estadual em 1973. A partir de 1979, foram gradativamente implantadas, ano à ano, as classes à partir da 5· série até o 2· grau completo.
Fonte: Fundação de Ensino Superior do Vale do Sapucaí – Pouso Alegre